sábado, 9 de julho de 2011

Estado de Amnésia no PS

João Rui Gaspar de Almeida
Mandatário da Candidatura de Francisco Assis.
Após a derrota eleitoral do PS, muitos dirigentes nacionais e distritais entraram em estado de amnésia, varrendo-se-lhes da memória o apoio entusiástico a Sócrates e ao seu Governo. Esqueceram já, que apoiaram apoteoticamente Sócrates num ambiente eufórico nunca visto num Congresso, dando-lhe uma vitória esmagadora para Secretário-geral, e um apoio incondicional á política governamental. O grupo parlamentar e todos os órgãos nacionais e distritais, sempre manifestaram um claro e inequívoco apoio nos momentos difíceis que atravessámos.

De um dia para o outro, instalou-se um verdadeiro estado de amnésia na classe dirigente do PS, esqueceram todos os apoios com que estavam comprometidos, e passaram a responsabilizar aqueles que estiveram na frente do combate, pela derrota eleitoral. Este estado de amnésia e de desresponsabilização coincidiu com o início da campanha eleitoral para um novo Secretário-Geral do PS, pois passou a ser frequente ver em artigos de jornais e nas redes sociais, dirigentes nacionais e locais do PS a sacudirem a sua co-responsabilidade pela derrota do PS. A derrota não foi só de Sócrates, a derrota foi também do PS enquanto organização partidária no seu todo.

Por isso custa aceitar que, muitos militantes já tenham feito a sua opção, baseada no argumento – Francisco Assis está mais “conotado” com o passado recente da derrota do PS nas eleições !! Esta é a justificação para o seu apoio a António José Seguro, pois consideram que não está tão “conotado” com a derrota do PS!!

Considero este argumento inaceitável, porque Todos (com mais ou menos responsabilidade) estão, ou deviam estar “conotados” e portanto co-responsáveis pela derrota eleitoral – Governo; Deputados (mesmo aqueles que se esconderam atrás do biombo); membros dos Órgãos Nacionais e Distritais/Federações.

Exerci durante muitos anos vários lugares de responsabilidade no PS, neste momento sou apenas um militante de base que voltou à medicina, e digo isto porque exijo ser “conotado” e co-responsabilizado na derrota do PS, quero ter essa honra porque também apoiei o PS, o Governo e Sócrates. A solidariedade é um pilar fundamental dos partidos de esquerda.

Conheço e sou amigo do A.J. Seguro há muitos anos, mas confesso que não gostei da sua estratégia de presente/ausente e de distanciamento calculado que vem gerindo há anos, efectuando frequentes contactos com as estruturas do partido para preparar a sua candidatura a Secretário-Geral. Decidi assim apoiar F. Assis por várias razões: porque não fugiu ao combate, pelo contrário, foi um combatente vigoroso na primeira fila do Grupo Parlamentar; porque estou convicto que reúne melhores condições pessoais e políticas para responder com firmeza aos desafios que se aproximam; porque passou a existir mais uma candidatura reforçando a democracia interna e o debate de ideias e finalmente, porque Francisco Assis é portador de novos e ambiciosos desafios para o PS e para Portugal. Acredito que vai ser uma boa campanha e que o PS vai viver um momento, da sua vida histórica, muito positivo. Do lado da candidatura de Francisco Assis esperem uma campanha pela positiva. A FORÇA DAS IDEIAS.

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